sábado, junho 17, 2006

Acesso


ACESSO

Finalmente ela havia conseguido o convite.
O lugar era super transado, a música fantástica, os drinques saborosos e o pessoal que o freqüentava, o mais antenado possível.
Ao entrar, reparara em um cartaz, mas não perdeu tempo lendo-o.
E ela estava lá dentro. Desfrutava de tudo. Não poderia haver nada melhor.
Tantos homens maravilhosos e lindas mulheres.
Um dos gatos já havia olhado para ela e a disponibilidade era patente. Ficaram.
Duas ou três músicas depois, outro ficante. A noite se mostrava promissora.
Iria dar muito beijo na boca.
Sentia-se tão à vontade, que resolveu dar uma volta lá fora.
Deu-se, então, a tragédia.
Ao tentar retornar, mostraram-lhe o tal cartaz, anteriormente desprezado.
E nele podia ser lida uma advertência:

"O retorno a ACESSO só é possível mediante o tíquete entregue por ocasião do fechamento da conta".

Explicou que havia deixado bolsa, sonhos e imaginação lá dentro.
Nada adiantou.
Subitamente, surgiu um sujeito bonitão caminhando em sua direção e trazendo uma bolsa - a sua.
Ela pediu, implorou, chorou, se aconchegou e se insinuou.
Nesse momento, sentiu escorregando para dentro de sua mão, um pequeno tíquete.
Aí, soube que além de sua bolsa, havia recuperado, também, seus sonhos e sua imaginação.
Seu próximo fim de semana seria estonteante, cheio de beijo na boca.

(Mara Coeli, 27/05/2006)

Nenhum comentário: